quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Obrigada Vitor ( foto de 2007)


"Passei por o teu blog, e meus olhos se molharam, procurei nas fotos que fiz e encontrei esta.
Pois o gilberto era muito timido e nao se metia nas grandes brincadeiras, é por isso que ele nao se pos em frente com os outros. Sentimentos

vitor da costa neto da riça lugar de santiago"

domingo, 11 de abril de 2010

Obrigada Felipa!!

Muito Obrigada, pelas imagens, poemas, e comentarios. O poema "Alvorada" fez me lembrar muitas converças com o Amancio pois ele contava sempre muitas coisas a cerca do mar e as pescas e muitas vezes a palavra "alvorada" aparecia mas eu nunca soube o que significava, e o pior é que nunca lhe perguntei para que ele não brinca-se com a situação( Olha não sabe o que é alvorada!). E esse poema ainda tem mais sentido com a foto que o daniel tirou no dia 17 de Dezembro.
Mais uma vez muito Obrigada.

sábado, 10 de abril de 2010

Alvorada

Eterna saudade







Recordando o Amâncio




Recordando o Gilberto





domingo, 7 de fevereiro de 2010

Com os mortos

Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,
arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos…

E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos…

Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei vivem comigo,

Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem.

(Antero de Quental)

Este soneto de Antero eleva-nos ao encontro daqueles que amamos e que já não se encontram entre nós fisicamente, dando-nos a certeza de que estarão sempre connosco. Com eles poderemos falar e conversar, desabafar mágoas e relatar alegrias, pois nos ouvirão e entenderão como ninguém...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Barquinho que vais passando

Escrevi este poema há mais de um ano, mas só dele me lembrei por ocasião do naufrágio e publiquei-o então num dos meus blogues. Houve nessa altura alguém que o leu e copiou para outro blog, alguém que sabia do acontecido e que deve ter pensado que o escrevi a pensar nos dois rapazes, pois publicou-o aludindo ao naufrágio dos dois.
Resolvi dedicá-lo realmente ao Amâncio e ao Gilberto, como singela homenagem.


Barquinho que vais passando
No rio da minha terra
Quantos sonhos vais levando
Quantas marés vais matando
Como se foras pra guerra?

Lentamente, lentamente
Olho o rio e olho o mar
Na distância de um batel
Que nunca me leva nele
Por ter medo ao meu olhar.

Olha o barco sem barqueiro
Que vai vogando no rio
Onde está o marinheiro
Destemido e aventureiro
Que matará meu fastio?

O rio passa e não passa
Só eu passo e ele não
Que meu sonho o embaraça
E ele finge ser vidraça
Com cortinas de ilusão.

Olho o barco, olho o rio
Olho as vagas uma a uma
Será que aguento o fastio
Sem temor nem arrepios
De vogar por esta bruma?

Tanta bruma e nevoeiro
Que engolem o meu barquinho
Onde está o marinheiro
Destemido e aventureiro
Que guiará seu caminho?

Lentamente vai vogando
De encontro às marés
Que me chamam, pranteando
Os sonhos que vou deixando
Nas quimeras que não vês…

(Felipa Monteverde)

Naquela janela virada pro mar



Cem anos que eu viva não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pro mar

Sei lá quantas vezes desci esse Tejo
E fui p´lo mar fora com a alma a sangrar
Levando na ideia uns lábios que invejo
E aquela janela virada pro mar

Marinheiro do Mar Alto
Quando as vagas uma a uma
Prepararem-te um assalto
P´ra fazer teu barco em espuma

Repara na quilha bailando na crista
Das vagas gigantes que o querem tragar
Se não tens cautela não pões mais a vista
Naquela janela virada pro mar

Se mais ainda houvesse mais fortes correra
Lembrando-me em noites de meigo luar
De uns olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pro mar

Mas quis o destino que o meu mastodonte
Já velho e cansado viesse encalhar
Na boca da barra e mesmo defronte
Daquela janela virada pro mar

Marinheiro do mar alto
Olha as vagas uma a uma
Preparando-te um assalto
Entre montes de alva espuma

Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doida que eu deixei um dia
Naquela janela virada pro mar

(Frederico de Brito)


Naqueles dias a seguir ao naufrágio esta canção, escrita por Frederico de Brito e interpretada pelo saudoso Tristão da Silva, não me saía da ideia. Dolorosamente lembrando um naufrágio, não sei se real ou não, ela me falava e acalmava o coração. Procurei a letra na internet e publiquei-a num dos meus blogues. Publico-a também aqui, lembrando o naufrágio destes dois jovens tão apaixonados pela vida...

As buscas



Adensavam-se as buscas, mas com o passar dos dias a esperança de os encontrar com vida ia esmorecendo...

As ondas do mar são brancas

As ondas do mar são brancas
No centro são amarelas
Ai da mãe que cria um filho
Para andar no meio delas...
(quadra popupar)



Se não há palavras de consolo para quem perde um filho no mar, o que dizer a quem perde dois?
Para essa mãe desventurada vão todos os meus silêncios e orações.
Dos seus filhos fica a lembrança: Gilberto, o bem-disposto e alegre; Amâncio, o reservado, corajoso, trabalhador...
Felipa Monteverde

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010