sábado, 23 de janeiro de 2010

Jornal de Noticias

Dois irmãos desaparecem em naufrágio junto a Neiva
Saíram para a faina do polvo e não regressaram a terra
2009-12-17
LUÍS HENRIQUE OLIVEIRA
Dois pescadores de Castelo de Neiva, em Viana do Castelo, estão desaparecidos desde ontem, quarta-feira.

O naufrágio da embarcação em que seguiam ocorreu de manhã, ao largo da localidade. Buscas são hoje retomadas, em terra e no mar.

A consternação e a dor tomaram, ontem, conta das gentes de Castelo de Neiva. Dois irmãos, que haviam saído, de madrugada, para a faina do polvo, não regressariam a terra. O barco onde seguiam foi encontrado, virado, a cerca de quatro quilómetros ao largo da localidade. Mas de Amâncio e Gilberto Pereira, nem sinal.

Segundo a família, os dois irmãos deixaram o portinho da localidade por volta das 4.30 horas de ontem. Duas horas e meia depois seriam contactados por um colega, que voltava para terra. A ele, ter-lhe-ão dito que iriam ainda permanecer "mais um pouco" no mar. "Que vinham mais tarde." Às 9 horas "deviam já estar no cais", mas não apareceram. Mais tarde, a família tentaria, em vão, contactá-los por telemóvel.

"Estávamos a estranhar a demora deles, pelo que decidimos contactá-los por telefone, uma vez que não dispunham de rádio. Como não atendiam, nem o telemóvel dava sinal, alertámos outros colegas e as autoridades e fomos em busca do barco", contou, emocionado, Manuel Sá, um dos marítimos de Castelo de Neiva que foi em auxílio dos irmãos, afiançando que deu, de imediato, conta à Capitania que "faltava um barco em Castelo de Neiva".

Mobilizados para o local viriam, então, a ser duas embarcações semi-rígidas - da Capitania vianense e do Instituto de Socorros a Náufragos -, apoiadas por um helicóptero dos serviços da Protecção Civil e por uma corveta da Marinha. As buscas, que, de acordo com as autoridades, viriam a ser dificultadas pelo forte vento e fraca visibilidade, viriam a encontrar, perto de uma hora depois, a embarcação "Amâncio Pereira", uma bateira com cerca de seis metros de comprimento, virada e presa ao fundo pelo cabo de uma das bóias.

"Não tiveram tempo para nada. Foi tudo repentino", observam os marítimos, dando as autoridades conta que, no local, foram recolhidos os coletes salva-vidas, bóias e parte da estrutura da embarcação onde se encontrava o GPS e a sonda. A família dos pescadores, que há cerca de um ano começaram a fainar juntos a bordo da pequena bateira, não encontra explicações para o sucedido.

De acordo com o comandante da Capitania de Viana do Castelo, Martins dos Santos, as buscas prolongaram-se, ontem, até perto das 20 horas, altura em que um helicóptero da Força Aérea deu por terminadas as operações. No local permanece a corveta "António Enes", da Marinha Portuguesa, estimando as autoridades retomar, hoje de manhã, as buscas "logo que estejam reunidas as condições necessárias".

Segundo Martins dos Santos, prevê-se, para hoje, um agravamento das condições do mar, o que poderá condicionar o envolvimento de alguns meios, designadamente, das embarcações semi-rígidas. Contudo, considera tratar-se de meios que "poderão avançar uma vez reunidas as condições para o fazer". Equacionado está, também, o apoio da Protecção Civil, que mobilizou, ontem, mergulhadores dos bombeiros para tomar parte nas buscas, que hoje decorrerão, também, em terra. Concretamente, entre a foz do rio Neiva e a

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